Meu primeiro contato com o
rock and roll foi aos 8 anos de idade.
Ganhei de um casal amigo dos meus pais o disco
Passo do Lui, dos Paralamas... Tinha
Óculos, Meu Erro, Romance ideal...
Depois fiquei na
cola da minha mãe pra conseguir o primeiro do
Ultraje, fui no lançamento do
Nós vamos Invadir sua praia, vi o
Lobão, a
Plebe Rude e etc.
Naquela época, as lojas de discos ofereciam o serviço de gravar fitas com músicas selecionadas pelo cliente.
Fui na
Top Top Discos e pedi uma
Basf 60 com o que tivesse de rock nacional do momento.
Fiquei uns dois anos bem
new wave, curtindo e consumindo tudo que estava acontecendo de novo aqui no Brasil, acho que foi a época em que mais pertenci ao meu tempo.
Num final de tarde em outubro de 86, meu pai chegou do trabalho e encontrou o Léo e eu
pirando com o recém lançado
Cabeça Dinossauro dos
Titãs. Batendo cabeça mesmo.
rsrs
Então ele resolveu pegar um vinil.
Foi lá dentro e voltou com um disco sem capa, tirou a bolacha de um encarte desconhecido e colocou pra tocar. Chegou dizendo que aquilo é que era som, que se eu gostava mesmo de rock já estava na hora de conhecer a verdade...
Quando começou a rolar, eu percebi algo muuuito diferente, o som era novo demais pra mim. Na hora ouvi, e pra não dar o braço a torcer, disse que prefiria o
RPM rs. Meu pai saiu e eu fui pra rua pensando no que tinha acontecido...
Dois dias depois fui pego no flagra mostrando esse disco pro pessoal da escola. Já não precisava esconder mais nada... Tinha pirado com
Help!, o Lp.
Em janeiro fui com minha famíla pra Guarapari e achei quase todos os discos dos
Besouros numa loja do centro da cidade. Depois de algumas negociações com o cara do balcão, compramos quase a coleção toda.
Fiquei o resto das férias olhando pra aquelas capas, aqueles cortes de cabelo, os encartes, o selinho da
Maçã, ficava imaginando como seriam aquelas músicas, a época, a gritaria... Tive de esperar dez dias até voltar a GV e poder ouvi-los no gradiente lá de casa. Foi um rompimento!
Minha primeira providência foi deixar o cabelo crescer e entrar na aula de violão. O resto é história...
rsrs
Grande abraço.
Fernando Persiano