terça-feira, 5 de junho de 2012

Um disco e nada mais # 10

Hoje pode soar esquisito ou engraçado para alguns falar do RPM como uma influência ou referência, não acho que o som do Vitrolas tenha alguma semelhança. Desde o seu primeiro fim, em 1989, a banda teve várias idas e vindas meio duvidosas, que acabaram dando uma ofuscada numa parte da sua história, principalmente para as gerações que não viveram o seu auge. Fora as carreiras solo, que não vem ao caso. Mas eu te falo que esse primeiro disco provavelmente vai ser uma daquelas imagens que passam na cabeça das pessoas segundos antes da morte.

Confesso que é difícil dissociar o álbum da época e da idade que tinha quando o escutei. Nesse período, meados dos anos 80, Governador Valadares era rota do rock nacional. Vimos Paralamas, Titãs, Barão, Lobão, Hanoi Hanoi, Ultraje, todo mundo no seu auge. Quando o RPM veio era turnê do Rádio Pirata, a maior produção do rock brasileiro até então. Foi uma expectativa danada. O show foi no campo do Democrata. Fui com a minha mãe e mais dois colegas. Após um atraso enorme anunciaram que o show seria cancelado. Nunca soube o real motivo. Acho que não escutei o porquê ou não entendi. Até hoje na cidade circulam histórias de que eles estavam muito loucos, outros dizem que foram presos, na biografia diz que queimou algo nos teclados e não daria tempo de vir outro equipamento de BH. Com isso transferiram o show para o outro dia e de graça. Com meus dez anos nas costas fui impedido pelos meus pais de ir, pela bagunça, pela quantidade de gente, pelo provável tumulto, fiquei de fora.

Depois a banda acabou e os retornos não trouxeram de volta o entusiasmo da minha infância. Em 2003 tocamos juntos na Festa da Cerveja em Divinópolis-MG. Foi bacana estar no mesmo evento que os caras.

Mas voltando ao disco, é um clássico do gênero. Não foi á toa que estourou. Letras inteligentes, bem produzido, enxuto e com boas canções. Diferente de tudo que rolava por aqui na época. Vale a pena ouvir de novo!!

Abraços!

Fernando Persiano

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